Resenha de Enraizados
Você vê a capa, olha a sinopse e parece que vai ser mais uma história para criança dormir, só que não recomendo ler para seus filhos não.
Zapeando pelo instagram eu me deparei com essa leitura compartilhada da @retipatia. Um livro de fantasia que parecia ser bem leve e estava grátis lá na Amazon. Curiosa e querendo muito ter a experiência, entrei para o grupo.
O Cronograma era bem tranquilo, 3 semanas com 10 capítulos cada e uma discussão aos sábados. Em quarentena por conta do Coronga do mal e tendo acabado de acabar o Ninguém Nasce Herói, achei que ia ser suave, mas achei errado querides.
A primeira semana do grupo a gente foi se conhecendo, na real para mim foi a melhor parte da LC. Todo mundo conversando muito, batendo papo, se acolhendo. Achei lindo e me senti abraçada.
Participei apenas da primeira discussão porque eu não consegui ler tudo a tempo. Descobri que com a pandemia, ansiedade e a minha auto pressão de ler a tempo me fez travar. Na última semana eu simplesmente não queria ler mais, senti que tava tudo muito amontoado e não tava gostando, não tava legal.
Depois que a discussão já tinha acabado, eu já tinha começado e quase acabado um outro livro, peguei os últimos capítulos para ler com relutância. Eu quase abandonei, mas faltava tão pouco, se fosse para falar mal que fosse com propriedade e ainda bem que eu continuei. Fiquei surpresa por ter gostado dos 2 últimos capítulos e ter lido rápido.
Eu quase abandonei, 4 estrelas! hahahahaha Real, três estrelas é uma nota baixa para um livro com a qualidade que a história tem (vou me aprofundar nisso no Ritmo de Leitura, lá embaixo), porém a leitura não foi para mim tão fluída e gostosa para dar quatro estrelas. Minha nota na Amazon foi de 4 estrelas, já no Skoob dei 3,5 porque lá eles permitem a meia estrela.

Eu já tinha visto e lido a sinopse antes da LC, pois a editora tinha disponibilizado o livro de forma gratuita na Amazon, mas não tinha me interessado por conta da capa que me pareceu algo infantilizado, pensei que não era o que eu procurava no momento.
O que desfavorece essa capa, que temos aqui no Brasil, além da paleta de cores ser mais alegre, temos todo o design com desenhos simples e chapados, apesar de bonita não combina com a narrativa que temos dentro. Talvez a intenção seja para que se pareça com uma capa moderna de um conto de fadas.
A capa parece muito ter um parentesco com a do livro O urso e o Roxinol e outros títulos pertencentes a selos da editora Rocco. Achamos ai nosso fator em comum.
A capa dura gringa da editora Del Rey além de bonita, tem elementos mais elaborados e em maior quantidade, o que me deixa mais curiosa. Porém é uma capa mais séria, talvez não chame atenção do público jovem. Pensando nisso eu posso dizer que não estou me sentindo tão jovem e que talvez eu não seja o público-alvo deles.

O começo foi normal, nem fácil nem difícil. Fui engolindo toda aquela história de contos de fadas achando que ia ser só isso. Senti uma grande antipatia imediata com o personagem do Dragão e fiquei me perguntando o porquê ele de 10 em 10 anos mantém uma garota do povoado em sua torre, e talvez por curiosidade a história foi me pegando.
Fui percebendo que a Agnieszka, nossa personagem principal, não era tão donzela indefesa e ela sendo toda estabanada me fez criar alguma confiança de que essa história podia ser mais do que eu estava esperando. A leitura começou ficar mais frenética e gostosa, as coisas aconteciam e só me faziam ler mais.
Porém as coisas começaram a ficar atravancadas tudo muito cheio de informação e muito corrido. Comecei ficar cansada da leitura e eu queria algo para me relaxar, para me entreter, talvez eu não estivesse na vibe desse livro.
Se a autora te deixa o tempo todo tenso, esse recurso usado para te imergir na história acaba perdendo um pouco do efeito. É importante deixar a gente, o leitor, apreensive e ansiose, mas é importante dar um fôlego para que a gente não se canse e largue a história.
Depois da minha pausa eu li os últimos capítulos sem pressa, fui seguindo e fiquei feliz de não ter abandonado, mas sinto que a história foi se condensando durante a narrativa para caber num livro só e que não fosse um calhamaço.
Fico me perguntando se isso foi uma pressão da editora ou da própria escritora, que não queria uma série.

A autora ganhou vários prêmios literários, entre eles o Nebula de Romance por Enraizados.
No final com os agradecimentos e a a bio dela, só comprovou a influência do Tolkien na escrita. Os direitos de adaptação do livro está com Peter Jackson, mesmo diretor de Senhor do Anéis.
Achei interessante que o marido dela também é escritor, imagino um dando apoio ao outro, ajudando nos textos e nos bloqueios criativos.
Uma análise do livro, com spoilers, está para sair no dia 29 de maio, as 19h30, aqui no blog.
Agradeço sua leitura e se você quiser, me conte se você já leu alguma coisa que deu uma engasgada mas depois valeu a pena.
2 Comentários
Eu passo muito por isso, abandonar leituras ou acabar pegando livros frenéticos e ficar exausta! Que bom que você não abandonou e contou pra gente!
ResponderExcluirÀs vezes eu termino na força do ódio, mas eu queria abandonar os livros mais facilmente. Mas obrigada por ter lido e comentado
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